terça-feira, 11 de maio de 2010

.aqui, dentro do figo, ainda.


acordar dentro de um casulo; dentro de um figo maduro, aconchegante, doce e só. na beira da vida, a gente torna a se encontrar só; o eu e eu em sua mais essencial forma e conteúdo. sem mais, sem outrora. a hora é agora, a verdade sempre está na hora, embora você pense que não é. assim como seu cabelo cresce agora, sem que você possa perceber, o mundo acontece lá fora e aqui dentro, num universo infinito.


olhar para dentro, ver-se por inteira, nua, sem máscaras e pinturas.

enclausurada em seu abrigo íntimo, em seu momento, em seus sonhos esquecidos, num eterno adormecer de sentidos, confortavelmente acomodada em sua solidão.


morrer deve ser tão frio, quanto na hora do parto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário