sábado, 19 de junho de 2010

.sobre o caminho, a verdade e a vida.

ela nunca entendeu muito bem essa coisa de fingir. nunca soube, na verdade. só sabe fazer daquele jeito: por inteira. talvez ali more seu maior defeito, aquele que consome, que a faz sofrer. mas prefere assim.
melhor do que viver pela metade; amar pela metade; ser feliz pela metade. prefere doar-se inteira; ao momento, ao outro, ao pensamento, ao sentimento. e também aceita a dor, o choro, a decepção; correndo livre em cada gota de seu sangue, em cada poro seu.
seu olhar dispensa cortinas e máscaras. aliás, despreza.
gosta mesmo é da verdade.
e da vida, que a invade em abundância, como a brisa matinal em seu quarto todas as singelas manhãs.

terça-feira, 8 de junho de 2010

.sobre a fragilidade.

chocada diante da possibilidade da perda, assim ela permaneceu; por horas a fio. percebeu-se só; novamente. longe, sem ninguém para lhe tomar as lágrimas que caiam sofreguidamente no quarto frio e vazio. dor imensurável a de se sentir fora do alcance para seus olhos. dor essa que não era sua, não lhe pertencia; e ao mesmo tempo queimava-lhe as entranhas como fogo que consome a palha seca.
não havia nada que pudesse domar aquela força; o grito abafado soou como um urro. vinha de dentro; de seu sangue, de seu amâgo.
meu menino, meu irmão.